Evento Acadêmico do Campus Tarauacá do IFAC em homenagem ao Dia dos Povos Indígenas, 19 de Abril de 2025, instituído pela Lei Federal n. 14.402/2022. Um evento para reflexões sobre a importância dos Povos Indígenas do Brasil, da Amazônia, e principalmente do Acre, para a existência de uma rica diversidade e pluralidade cultural em nossa Nação. Com reverência e profundo respeito, dedicamos este evento a todos os indígenas do Brasil, de hoje e do passado. O objetivo da Semana Acadêmica é celebrar a existência, a resiliência e a inestimável contribuição dos Povos Indígenas para a formação das identidades brasileiras e para a vitalidade da Amazônia e do Acre.

Em um país marcado por uma diversidade cultural e natural, as comunidades originárias se erguem como pilares fundamentais da nossa história, detentoras de saberes ancestrais que ecoam por entre os séculos. Para o Brasil, os Povos Indígenas representam a memória viva da terra, os primeiros habitantes que moldaram e nomearam este território. Sua rica tapeçaria de línguas, costumes, rituais e conhecimentos tradicionais constitui um patrimônio imaterial de valor incalculável, enriquecendo nossa cultura de maneiras profundas e multifacetadas. Suas cosmovisões nos oferecem perspectivas únicas sobre a relação entre o ser humano e a natureza, sobre a organização social e sobre a própria compreensão da vida.

No coração pulsante da Amazônia, a importância dos Povos Indígenas se torna ainda mais crucial. Como guardiões milenares desta floresta exuberante, eles desenvolveram um intrincado conhecimento ecológico, essencial para a manutenção de sua biodiversidade e para o equilíbrio climático global. Suas práticas de manejo sustentável, sua compreensão dos ciclos naturais e sua profunda conexão espiritual com a floresta são lições valiosas para o mundo, oferecendo caminhos para uma coexistência mais harmoniosa com o meio ambiente.

Esta Semana/Jornada Acadêmica é uma oportunidade para aprendermos com a sabedoria ancestral que reside nas narrativas, nas artes e nas práticas cotidianas desses povos. É um momento para reconhecermos suas lutas históricas e contemporâneas, para ouvirmos as suas demandas por respeito, autonomia e pela garantia de seus direitos territoriais e culturais. É um convite para desconstruirmos preconceitos/estereótipos e para construirmos pontes de diálogo e entendimento mútuo.

Ao celebrarmos a Semana/Jornada dos Povos Indígenas do IFAC - Campus Tarauacá 2025, reafirmamos a urgência de valorizar e proteger esses povos, reconhecendo sua centralidade para a construção de um Brasil mais justo, diverso e ambientalmente responsável. Que esta semana seja um portal para um aprendizado contínuo e para um reconhecimento profundo da riqueza ancestral que emana das culturas originárias da nossa terra e pulsa no coração da Amazônia, do Acre e de Tarauacá.

A origem para o nome do Evento, Jornada Acadêmica de Consciência Indígena, é assim explicada: J A C I  é uma palavra muito utilizada por algumas etnias indígenas brasileiras. Do tupi Ya-cy ou Ia-cy, é a mãe dos vegetais. Na mitologia tupi é a deusa lua, protetora das plantas, dos amantes e da reprodução. Segundo a tradição, Guaraci, o deus do Sol um dia cansou-se de seu ofício eterno e precisou dormir. Quando fechou os olhos o mundo caiu em trevas. Para iluminar a escuridão enquanto dormia, Nhanderu (o ser criador na mitologia Tupi-Guarani) criou Jaci, a lua. O nome indígena JACIra vem daí. 

O Acre tem mais de 30 mil indígenas, de várias etnias. Na regional Tarauacá-Envira, Tarauacá tem mais de 3.700 indígenas, Feijó tem mais de 4.500 indígenas e Jordão mais de 4.100 indígenas. O IFAC Tarauacá tem alguns alunos indígenas. Feijó possui indígenas Ashaninka, Madijá (Kulina), Huni Kui (Kaxinawá) e Shanenawa. Jordão tem indígenas Huni Kui (Kaxinawá). Tarauacá tem indígenas Huni Kui (Kaxinawá) e Yawanawá. A 1ª J A C I do IFAC Tarauacá contará com manifestações culturais (cantos e danças) de indígenas locais, palestras/rodas de conversa com indígenas locais e alunos indígenas do Campus, palestras de professores e técnicos do Campus e de pessoas da comunidade externa, apresentações orais de alunos do Campus e exposição de maquetes sobre territórios, reservas e arquitetura de aldeias indígenas.

A ideia de Consciência refere-se à tomada de consciência a respeito das raízes históricas do Brasil e da primordial relevância dos povos indígenas em todo o processo histórico de construção deste país. Na colonização europeia, milhares de indígenas foram mortos, violentados, escravizados, perseguidos e humilhados. O Estado brasileiro jamais conseguirá reparar isso e deve desculpas aos Povos Originários. Evidentemente, somos todos uma mistura de europeus, indígenas americanos, negros africanos e tantos outros povos. Mas, a importãncia dos indígenas sul-americanos é singular. Como instituição de educação pública federal, o IFAC tem o dever de homenagear os povos indígenas brasileiros, amazônidas e acreanos, e enaltecer suas lutas, bem como ajudá-los na busca pela efetividade de seus direitos. 

Este Evento é promovido com o apoio do Instituto Federal de Brasília (IFB) e da FINATEC-DF, que estão executando financeiramente o Programa Redes Antirracistas do Ministério da Igualdade Racial (MIR), do Governo Federal do Brasil (2023-2026). O IFAC Tarauacá teve Projeto de Extensão de Educação Antirracista aprovado no Edital 007/2024 do IFB/MIR/FINATEC, para execução, em 2025, de palestras de combate ao racismo, na cidade de Tarauacá, e organização de um evento indígena e um outro no mês da consciência negra. O Projeto é Coordenado pelo Prof. Dr. Tayson Teles e conta com dois Bolsistas, Eldo Neto e Jairo Lima, ambos alunos do Campus Tarauacá. Há cerca de 20 outros servidores colaborando no Projeto, que tem apoio das Direções do Campus Tarauacá e da Reitoria do IFAC. 

 

12 de Maio de 2025 até 17 de Maio de 2025
IFAC CAMPUS TARAUACÁ - BR 364, km 539. 69970-000. Tarauacá, Acre.
68992243674 - tayson.teles@ifac.edu.br